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Com outra ambição, a Amadora pode ser diferente. Pode ser um local aprazível e seguro para viver, mas também um município dinâmico e inovador, capaz de atrair investimento e gerar empregos qualificados. Mãos à obra, porque a Amadora merece uma nova esperança, um novo rumo, um futuro melhor!



sexta-feira, 8 de setembro de 2006

A Amadora do Futuro


Há uns dias, encontrei um grande grupo de meninos pobres a banharem-se alegremente nas águas turvas da Ilha Mágica do Lido. Ignorando as placas que proíbem a utilização daquele espaço para fins balneares, lá iam mergulhando uns atrás dos outros no exíguo tanque, cuja profundidade não ultrapassa meio metro. Para muitas das crianças desta cidade, a piscina oceânica de Oeiras fica à mesma distância de qualquer idílica praia da Polinésia Francesa, isto é, demasiado longe. E a verdade é que o pequeno charco da Ilha Mágica é o melhor que a Amadora tem para lhes oferecer, ainda que as características daquele equipamento o tornem, obviamente, impróprio para banhos.

Serviu este episódio para lembrar que à Amadora falta uma piscina decente, onde as crianças e os seus familiares possam desfrutar descansadamente do sol de verão. A ideia não é particularmente exótica. Nos dias que correm, qualquer vilarejo obscuro do mais miserável recanto de Portugal ostenta, orgulhosamente, a sua aprazível piscina, onde a juventude gasta as tardes estivais, circulando entre a toalha e a água, brincando, divertindo-se, alimentando um qualquer romance de Verão.

Mas à Amadora não falta só a piscina. Falta uma sala de cinema, falta uma ciclovia, falta um parque de merendas, falta uma livraria, faltam campos de futebol, falta segurança, faltam empresas, faltam empregos, enfim, falta quase tudo aquilo de que se fazem as cidades. Quem pode, vai transportando a sua vida para Lisboa, para Cascais ou para Oeiras. Quem não pode, dá uns mergulhos na Ilha Mágica do Lido.

Se não arrepiarmos caminho, a Amadora transformar-se-á a curto prazo num aglomerado de urbanizações de gama baixa. Mais relvado menos relvado, mais charco menos charco, a verdade é que à nossa terra falta o músculo que define uma verdadeira cidade.

E a Amadora tem tudo para ser diferente. Da localização privilegiada à sua extraordinária riqueza humana. É caso para lembrar o velho slogan socialista que ao longo de anos vem sendo repetido até à náusea – o melhor da Amadora são as pessoas.

Felizmente, ainda é possível sonhar com uma cidade diferente. Uma cidade em que as prioridades políticas sejam de facto orientadas para a resolução dos problemas das pessoas.

É possível sonhar com uma cidade que deixe de estar dividida pela via-férrea. Uma cidade cujo centro deixe de ser o inqualificável cais da estação de caminho-de-ferro, porque a Amadora não é menos digna do que qualquer outra urbe deste país. Para tal é necessário avançar rapidamente com o enterramento da via-férrea, permitindo rasgar à superfície uma grande alameda, que mais do que uma via de circulação automóvel se afirmará como o novo rosto da Amadora do futuro.

É indispensável que no norte do município seja criado um grande parque florestal – o verdadeiro pulmão da cidade – a partir do qual nascerá um corredor verde ligando ao Parque Florestal de Monsanto. A construção desta estrutura ecológica é uma verdadeira emergência municipal, caso contrário em breve não sobrará uma nesga de terreno livre para a sua execução.

Na Quinta do Estado, em vez de mais um loteamento ordinário infestado de prédios em banda, terá que surgir um projecto urbanístico de referência, que inclua obras dos mais reputados arquitectos nacionais e internacionais. Verdadeiros marcos arquitectónicos capazes de gerar um novo paradigma de desenvolvimento, cuja força se sobreponha à imagem dos recantos bolorentos da Reboleira Sul, estereotipo que a generalidade dos portugueses associa à Amadora.

A Amadora do Futuro será a Capital Nacional da Banda Desenhada. Não me refiro ao Festival Internacional de BD, iniciativa louvável mas que está longe de aproveitar o imenso potencial da nossa cidade neste domínio. Refiro-me à multiplicação de iniciativas nesta área ao longo de todo o ano. Refiro-me à ideia de transformar a cidade numa verdadeira obra de arte, pintando, por exemplo, pranchas de banda desenhada nas inúmeras empenas cegas de prédios que se espalham pelo concelho.

A Amadora do Futuro terá uma Cidade Desportiva digna desse nome, infra-estrutura que concentrará em equipamentos decentes a actividade física dos milhares de jovens que é necessário retirar das ruas. Um complexo desportivo que potenciará a colaboração entre o município e o dinâmico movimento associativo, onde se incluem verdadeiros case studies de sucesso, de que o Clube de Futebol Estrela da Amadora e o Clube de Natação da Amadora são apenas os exemplos mais visíveis.

Enfim, o futuro está repleto de oportunidades. Só é preciso que haja ambição para as aproveitar.
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João Castanheira
Artigo publicado no Notícias da Amadora
07-09-2006

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