O líder do CDS-PP, Paulo Portas, defendeu hoje a necessidade de contratualizar programas que permitam às instituições sociais ter uma maior acção na gestão dos bairros considerados problemáticos, onde convivem diariamente com as dificuldades das populações.
Durante uma visita à Associação dos Amigos da Damaia, na Amadora, o responsável afirmou que se as instituições particulares de solidariedade social, as misericórdias e mesmo as paróquias entrassem em greve, o país ficaria "em coma a nível social", uma vez que estas entidades são "o braço da solidariedade" que "chega onde o Estado não chega".
"Onde o Estado falha, eu escolheria uma instituição social de referência, entregava-lha a gestão de parte dos problemas e o Estado humildemente contratualizaria programas sociais. O Estado não convive diariamente com os problemas das pessoas, ao contrário dessas instituições", disse Paulo Portas, considerando que a validação de competências às associações é preferível à actual ineficácia de muitos programas de acompanhamento.
O dirigente, que até Setembro quer visitar "cerca de 90 por cento" das maiores associações sociais da Amadora, Loures, Odivelas e Sintra, apontou o clima de insegurança como uma das principais dificuldades dos bairros mais carenciados da Área Metropolitana de Lisboa e lamentou que estas zonas sejam "esquecidas" quando não são palco de crimes ou conflitos mediáticos.
"O Estado baixa os braços, mas a situação não é mais sustentável. Há muita gente por aqui que, mesmo que não o diga, pensa como nós, que está farta do clima de insegurança, da impunidade", referiu.
Apontando o incidente ocorrido domingo no Bairro de Santa Filomena (Amadora), onde dois polícias foram baleados por presumíveis assaltantes, Paulo Portas mostrou a sua "firme solidariedade" para com os agentes das forças de seguranças e apelou aos poderes públicos - municipais e central - para ajudarem a criar um ambiente de trabalho, respeito, esforço e solidariedade nas áreas mais carenciadas.
Para ajudar a criar esse ambiente, o responsável quer mais apoios para as instituições sociais e critica a discussão do novo Código Contributivo, que implica um aumento de pagamentos à Segurança Social.
"É um erro estar a pedir mais impostos às instituições, que têm orçamentos limitados e poucos recursos para estar a encher as arcas do Estado", defendeu.
Notícia Lusa/Jornal Público
Sem comentários:
Enviar um comentário